Julia e as lições que já aprendeu com apenas 10 anos

18/09/2014

Julia e as lições que já aprendeu com apenas 10 anos

18/09/2014

Com os cabelos pretos e cacheados, Julia Raquel de Oliveira Silva encanta qualquer pessoa com o seu sorriso. Nos primeiros instantes ela se mostra tímida, mas é só começar a conversa que ela já se solta e não precisa nem de perguntas para sair falando. Ela tem 10 anos e nasceu no dia 02 de agosto de 2003, na Praia Grande mesmo. Seu maior sonho? É ser modelo.

Mas enquanto não desfila pelas passarelas mais famosas do mundo, Julia convive com outra realidade. Sua casa tem apenas um quarto e ela e seus dois irmãos e pais dividem o mesmo cômodo. Ela fala que não reclama, até porque dorme em uma cama sozinha, mas se pudesse imaginar teria um quarto só para ela dormir com sua cachorra Lótus, nome que nem o da flor, outro para seus dois irmãos e o terceiro quarto seria para seus pais.

Além de sua casa, ela também fala sobre o que pode se encontrar em sua rua. “Na minha rua tem um bar do lado da minha casa. A rua não é asfaltada, é de areia e atrás da minha casa tem o mangue. A gente tem um viveiro de passarinhos (é neste momento que ela abre um sorriso ao falar dos bichos). São seis periquitos, seis Agaporni e uma Tiriba. Também temos uma gata, três cachorros e um monte de peixes”, conta com entusiasmo.

Única filha menina da família, ela confessa que seus maiores pensamentos são compartilhados com sua mãe. Quando seus irmãos ficam pegando em seu pé, é aí que a mãe protetora entra em ação. “Minha mãe é tudo pra mim e tudo eu conto pra ela. Meus irmãos arengam comigo e minha mãe fica do meu lado porque quando meus irmãos mexem comigo ela mexe com eles”.

Além de ser sua melhor amiga, Julia garante que sua mãe é uma cozinheira de mão cheia. Ela adora o macarrão de parafuso, o feijão e arroz branco e a linguiça do churrasco que ela faz. Seu pai é trabalhador e a pequena já sabe que quando ele chega da oficina de concreto em que trabalha, este é o momento de descanso que ele tem para dar continuidade na busca por uma vida melhor para eles.

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Neste momento, ela coloca a mão no queixo e pensativa dá continuidade na conversa. A cada nova ideia de resposta que pode dar, ela levanta o dedo como se pedisse permissão para falar. Julia adora andar de bicicleta, ir à praia e principalmente na casa da avó, que como a maioria faz uns quitutes que ela adora. Mas ela só engana, porque quem pensa que na quantidade de vezes em que ela falou de comida na entrevista, não imagina que por trás desta menina de 10 anos está um corpo bem magrinho, que nem de modelo mesmo que ela sonha em ser.

“Eu quero ser modelo de foto e atriz também, porque eu acho bonita ser modelo. Sou muito bonita, porque puxei minha mãe (risos)”.

Só que seus sonhos não param por aí. Ela quer compartilhar suas vontades de mudanças com o mundo e a sociedade também. Preocupada com o que vê ao seu redor, ela projeta um futuro melhor.

“Eu espero que todo mundo fique de Deus, porque na rua onde eu moro as pessoas são falsas ai têm que parar de ser falsas. As pessoas precisam ter mais fé porque lá é difícil. Quando alguém que vai para o caminho errado tá aí uma coisa que não sei responder. É difícil”, fala Julia com a maturidade de uma garota bem mais velha do que ela, hoje, com apenas 10 anos.

Sua família é grande, divertida e ela espera que no futuro todo mundo fique junto numa casa enorme, cheia de quartos e televisões. Seu canal favorito é o Cartoon Network e o desenho ‘Como Treinar o seu Dragão’ é o seu preferido.

No Instituto Projeto Neymar Jr, ela e seu irmão do meio, Julio, irão participar das atividades entre as mais de 2.300 crianças selecionadas para o projeto. As aulas que escolheu fazer são de natação, porque ela não sabe nadar, e informática porque não se considera boa ao ponto de saber tudo de computador.

Sobre a iniciativa de Neymar Jr, que morou no Jardim Glória quando era criança e agora está retribuindo tudo o que já passou por lá para estas famílias, ela manda um recado e dá uma lição para todos.

“Eu acho que ele fez isso (o Instituto) pra tirar as crianças da rua. Eu acho isso bom porque na rua você não vai aprender nada e minha mãe sempre fala isso: que na rua não aprende nada”, finaliza.

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