Esta semana está sendo um pouco diferente para os alunos do Instituto Projeto Neymar Jr. As crianças puderam realizar suas atividades acompanhadas dos pais ou responsáveis em uma iniciativa até então inédita, que tem como objetivo inserir a família de uma nova forma dentro da instituição. A ação terá a duração de duas semanas.

De acordo com Joel Moraes, coordenador geral do instituto, a ideia surgiu após a equipe pensar e discutir sobre o que poderia ser feito no segundo semestre para reaproximar cada vez mais os pais. “Uma das maneiras que a gente pensou foi fazer um projeto onde o pai vivenciasse o instituto, entendesse o que a gente faz pra poder também divulgar para outros pais partindo do princípio que aquele que está aqui com o filho, o ajuda muito mais. Pedagogicamente a gente espera que a criança aprenda melhor, do ponto de vista da disciplina, que as ocorrências diminuam, do ponto de vista da sociabilização com a comunidade, que venham mais pra gente, que fiquem mais perto dos nossos programas e do ponto de vista institucional, que a gente de fato aplique a nossa missão”, conta.

O Projeto denominado “Vivência” faz com que os pais e responsáveis vivenciem um dia da rotina do Instituto e das crianças, desde a passagem pela catraca e a formação das filas, até as atividades esportivas e pedagógicas. 
A supervisora de atividades esportivas, Patrícia Cristina Diniz da Silva explica que no dia a dia do instituto, muitos pais e responsáveis mostraram-se interessados e curiosos para saber como é a rotina dos filhos no complexo educacional e esportivo. A equipe pedagógica, juntamente com os psicólogos da instituição, desenvolveu o projeto para, além da aproximação com os pais, descobrirem como é o comportamento dessas crianças e desses pais quando estão juntos.

“Os (pais) que vêm, porque tem alguns que não conseguem por causa do trabalho, gostam muito. Eles viram criança novamente e a criançada os incentiva dentro da sala de aula. O que o pai às vezes não sabe, eles ajudam. São duas horas que, às vezes, o pai não consegue ter lá fora com eles e tem aqui. Eles estão gostando bastante”, fala Patrícia.
É o que comprova a Djalma Dias da Conceição Martins, de 42 anos e mãe do Márcio Vinícius da Conceição Martins. “A gente vê o que está acontecendo, como eles participam. Como ele está se comportando, se o que a gente está ensinando acontece aqui ou se aqui ou em casa está diferente”, explica a mamãe que não deixa de fazer um chamego no filho: “Ele é um filho muito bom, não tenho do que reclamar. A professora também já falou que aqui ele não dá trabalho”, comemora.

Outro que gostou da iniciativa foi o Edson Pereira Cunha, de 44 anos e pai do Rafael Dias Cunha de 10 anos. “É uma experiência única pra mim, porque muitos queriam ter a oportunidade que ele tem hoje. Eu tô muito feliz com o projeto em si, tudo que eles fazem, a educação, o respeito que eles aprendem a ter, o horário. Particularmente, mudou muito o meu filho, as atitudes dele. Tem muita diferença, tanto dentro de casa, como na escola. Sou muito grato a essa oportunidade, que tira da rua, de estar fazendo coisas erradas, indo para o crime ou usando drogas. Eles estão aprendendo mais e se tornando cidadãos de bem”.

Para o psicólogo Daniel Tadeu Aguado, o intuito era que os pais vivessem o dia a dia das crianças no instituto e para que ideias como essa, criem um vínculo não só entre pais, responsáveis e as crianças, mas também entre pais e colaboradores. “É uma nova forma da gente trazer os pais pra dentro do instituto e eles terem o conhecimento. Na sala de aula as crianças estão bem mais participativas, os pais também estão 100% participativos, todos fizeram o que o professor propõe pra fazer, está muito bom”, conclui.